Of The Moda - Futxil: Liberdade, cadê?!

Por Juliana Martins

Meu nome é Juliana, tenho 22 anos e... Sou independente? Acho que não! Nem eu nem o país em que eu moro – se você ainda não sabe ou achou que era outro... Esse país é o Brasil. Hoje é 7 de setembro e mesmo que a anos atrás um homem chamado Dom Pedro tenha gritado às margens de um rio chamado Ipiranga bravas palavras de “independência ou morte” acredito eu que ainda estamos no Limbo – entre a vida e a morte.

“Fashionísticamente” falando principalmente! Se eu não me engano, a partir da década de 90 o mercado da moda colocou os olhos na nossa parcela de menina magras e belas, iniciando um “boom” de tops brasileiras nas passarelas de todo o mundo – incluindo Gisele que estava no início da carreira internacional. #OlhaQueBacana! As meninas realizando seus sonhos de finalmente desfilar para grandes estilistas né, todo um processo lindo de sonhos sendo colocados em prática... Pra mim é tudo balela! Todas essas meninas sendo podadas desde o início de suas carreiras, tendo que mudar tudo para se adequarem aos padrões universais dos castings internacionais! Independência – novamente – acho que não!

Nos anos 2000, início do século XXI... O mundo se volta para o mercado de moda brasileiro: SPFW e Fashion Rio sendo foco do mundo na ditadura – olha aí a forma sujeito do gerúndio DITANDO – de tendências e shapes. Foi a época em que resolveram dar um basta – disfarçado – na anorexia de meninas que com 13, 14 anos de idade não conseguiam nem manter uma postura descente desfilando com seus saltos altíssimos nas passarelas! Alguém já viu mais de uma ou duas it girls gordinhas nesses blogs patrocinados por lojas e afins? Nem Kelly Osbourne agüentou a barra de ser diferente e entrou pro time das cabeçudas! Betty Dito você é gorda, amiga de Karl e veste o que quer. Você é ofthemoda! Não. Ela peca pelo exagero e é RIDÍCULA!

Na minha casa, todos os meses, recebo três tipos de revistas diferentes: Gloss, Elle Brasil e Women’s Healthy; mas com uma única coisa em comum: as três me mandam fazer coisas. Sabe o mais engraçado? Ao longo do dia me vejo pensando nas coisas que leio e isso é bom, pra quem tem senso crítico! Não ser independente num todo nos faz pensar em como tudo poderia ser, como viveríamos nossas rotinas e como seria aquela pessoa que vive das opiniões alheias; imagine ela livre pra ser como quer... Não! Ela iria preferir a morte – Se ela desse sorte poderia ser afogada no rio Ipiranga mesmo, ali, por Dom Pedro!

Não sermos, de corpo e alma, livres nos incita – e não excita – a querer mais, pedir mais e buscar sempre aquilo que ainda não alcançamos. Quando o mundo quis a alta costura, surgiram pessoas da rua que nos fez querer o que elas usam e depois apareceu Lady Gaga com suas roupas surreais, beirando à fantasia, toooda patrocinada pelos grandes estilistas! Faz até com que Ivete Sangalo – que vale salientar ela é CANTORA DE AXÉ, deveria usar roupas curtas – queira se sentir capaz de colocar coisas bizarras no palco, beirando a Bjork, beirando a Deus sabe lá o que!

Meu nome é Juliana, ainda – tenho 22 anos e... Não sou MESMO independente! Nem eu, nem você aí do outro lado do Blog, nem a própria liberdade, que depende de várias coisas pra ser o que é! E se quer saber... Acho tão bom depender de coisas e coisas e pessoas dependerem de mim que fica fácil exercitar a mente e me tornar uma pessoa criativa, tentando desossar o sistema de moda de um jeito fantasioso! Pois pode Dom Pedro, o rio Ipiranga e até a sua espada bradar “liberdade ou morte” porque eu vos digo: concordo mais com o feriado de 21 de abril, que fala “liberdade ainda que tardia”!

PS: Nada de imagens no post dessa terça. #EssaÉAIntenção [!!!]

Ju Martins (@julianamartins).

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