REVISTA | OF THE MODA #24 | Autumn 2012

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Of The Moda - Futxil: Ai de mim que sou romântica!

Por Juliana Martins.
(@julianamartins).

Particularmente esse não é um estilo que abraço como MEU, mas nossa coluna é democrática e abrange as meninas meigas de natureza também. O Estilo Romântico baseia-se em coisinhas fofas, coração, laços e colocam a feminilidade como foco principal de suas inspirações. Certo?! Maybe! Não são todas as vezes que essa característica precisa vir tão explícita e sim traduzida - gente por favor essa é a palavra-chave pra não ser óbvia e caricata com as tendências! Ainda não entenderam? Vamos exemplificar pra não ficar nada nas entrelinhas.


O primeiro comentário será acadêmico - e que eu adoro: Literatura. Já ouviram dizer que o romance não é necessariamente romântico? Lembra no colégio quando você ouviu falar pela primeira vez do Lord Byron? Ele tinha uma forma peculiar de se mostrar emotivo: através de bebidas, sexo e fumo e caracterizado pelo narcisismo, pelo egocentrismo, pelo pessimismo, pela angústia... Enfim! É como se ele fosse o sexo drogas e rock'n roll da nossa época! Como qualquer outro, esse movimento literário também possuia seu lado negativo né e não acontece mesmo isso no amor? Inclusive vaidade e apego excessivo pelo outro? Não vejo romance nisso! Há também a vertente do feio x belo, do grotesco e do sublime que é onde saindo dos livros da literatura brasileira e enveredamos pelo campeão de distorção das histórias medievais: Walt Disney com seu clássico A Bela e a Fera. A historinha dos dois caracteriza de forma literal o periodo do Arcadismo, aquela coisa idealizada, fora dos padrões normais! Pobre Gastão que "vive sonhando, mercier Gastão, o bonitão"...


Sabem pra quem era direcionada a arte romântica? Para os burgueses, o que indicava que a nobreza já não era mais tão interessante a ponto de inspirar os autores medievais. Mais uma vez a economia movia um movimento que era pele de cordeiro e alma de lobo: por fora era lindo, fofuxo e cheio de heróis mirabolantes e na verdade sucumbia a uma mudança nos padrões da pirâmide social da época. Moda, Literatura e Arte sempre são a forma mais fácil de estudar os movimentos de uma época - lembrem disso quando algum ser estúpido falar que qualquer desses assuntos é fútil ou sem importância - e são extremamente críticos e nada explicitos, já que quem era adepto desses três movimentos tinha que ser polido para agradar alguém, ainda que no fundo quisesse revolução, novidade e mudança no comportamento de sua época. Mais uma vez bato na tecla da interpretação, de ver além do óbvio!

Além do mais, a roupa é quem determinava a que classe social o burguês ou o nobre era. Além das cores, já que nem todos tinham acesso a qualquer tingimento que quisesse.


Já que nosso país não teve Idade Média e, portanto, essas características acima não são válidas aos nossos conceitos tupiniquis, lhes apresento o movimento nacionalista-indianista: bom selvagem (sobre os índios. Lembram de Pocahontas? Claro que foi uma analogia à descoberta das Américas em si, mas envereda pra esse lado da literatura, viu?), a expansão do catolicismo no nosso país (inclusive a imagem distorcida do sagrado, idealização de um Cristo que na verdade não deveria ser loiro e branco; porque não sei se vocês lembram que geograficamente naquela área que bíblia menciona - Egito e por aí vai - o povo é negro!); toda essa carga histórica - e ainda um milhão de características mais - pertence ao Romantismo.


Nossas queridas e amadas marcas nos apresentam sua versão idealizada, a que todo mundo quer ver, que todos consideram belo. Essa afirmação poderia ser uma crítica ao sistema, mas vendo por outro lado nós já passamos tanto perrengue e desilusão que um sonho carregado de romantismo aqui e outro ali não faz mal a seu ninguém! Nosso dia-a-dia pede, implora por mais utopia, considero quase uma realidade customizada, sabe?! 
E bom... Esse é meu palpite final; que não é o romantismo que faz a garota e sim o contrário, afinal se usar laço fosse motivo pra fofuras excessivas Lady Gaga tava cantando músicas da Sandy! Tranças podem ser étnicas ou ultra-românticas porque dependem justamente de um contexto, uma historinha que só quem está usando pode contribuir. Das rendas eu digo o mesmo: sexy sendo vulgar ou sexy sendo romântica! Por isso não encasquetem que tudo que for bucólico, que se entregue ao sentimento e muito apaixonado seja romântico viu meninas! Conselho de amiga [hahahaha] Porque assim como na moda, a vida real também engana e mascara as verdadeiras intenções...

Um beijo e se cuidem! - Essa semana foi intensa, cheia de recordações pra mim... E espero ter passado isso pra vocês!

1 comentários:

A matéria está perfeita. Eu sou desse estilo. Bjxinhos

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